Sistemas de informação

Joel Levi Ferreira Franco


Relatórios para Análise de Dados no SIAB

Agora que você conhece as fichas para alimentação de dados, vamos falar dos relatórios, já que sem eles não adiantaria coletar tantos dados.

O SIAB foi criado para que a Equipe de Saúde da Família pudesse ter informações relacionadas às famílias e às ações executadas no território, mas infelizmente nem sempre o produto desse sistema é utilizado por ela, restando apenas a alimentação de dados para envio a instâncias gestoras governamentais para o repasse financeiro ao município, cumprindo assim uma exigência ministerial. O profissional da saúde que compõe essa equipe não conhece todos os recursos proporcionados por esse sistema, e, sendo assim, não exige dos gestores que os relatórios estejam disponíveis para que sua equipe possa utilizá-los para se apropriar adequadamente do trabalho desenvolvido no território de abrangência. Consequentemente, esse desconhecimento gera na equipe insatisfação no preenchimento de tantas fichas, comprometendo ainda mais as informações, e trazendo por sua vez desconfiança quanto à veracidade dessas informações para quem olha os relatórios em outros níveis de gestão.

Como interromper essa cadeia de eventos? É preciso conhecer as funcionalidades do sistema para utilizá-lo adequadamente e exigir a disponibilização desses relatórios.

Os relatórios estão agrupados de modo que alguns, ao serem acessados, tenham uma subdivisão. Indicamos a seguir qual sequência você deverá seguir para obter os principais dados a serem utilizados pela equipe a partir da operação do sistema.

Ao escolher o Tipo de Equipe, deve-se anotar todas as opções se você não souber como sua equipe está registrada no CNES. Após essa escolha, você deverá selecionar Área/Equipe. Caso não saiba o número, no teclado de seu computador aperte F1 e selecione com a barra de espaço. A seguir você terá a opção de escolher o número da equipe (caso não saiba o número, tecle F1 e selecione), então deverá escolher o Período (sempre do mês de janeiro até o mês vigente).

Agora que você já sabe como selecionar os campos necessários para obter os relatórios da sua equipe, vamos descrever algumas particularidades de cada relatório. Mas lembre-se: sua equipe deverá se reunir para discutir os resultados.

Relatórios > Consolidação das Famílias de Saúde > Cadastramento Familiar

Esse relatório, gerado a partir das informações da Ficha A, é dinâmico, ou seja, a cada vez que for executada alguma alteração no Cadastro Familiar, haverá mudança nos dados desse relatório. Portanto, a única forma de manter uma série histórica é ter cópia impressa guardada. Nesse relatório obteremos informações sobre as pessoas (sexo, faixa etária, doenças referidas, gestantes cadastradas, alfabetização, número de famílias cadastradas, crianças que frequentam a escola etc.) e também sobre as condições de moradia e saneamento (tipo de casa, destino do esgoto, tratamento da água, existência de rede elétrica, origem da água no domicílio etc.). A seguir é possível identificar a guia Relatórios, na qual você obterá o que precisa. Como você pode ver a seguir, nessa guia é possível obter fragmentos do relatório principal de cadastro.

Sequência para obter o relatório de Cadastro Familiar – SIAB.

Relatórios > Série Histórica de Informações > Mortalidade/Crianças/Gestantes/Grupos/Hosp.

Esse relatório gerado a partir do preenchimento das fichas à mão do ACS (SSA) ou, por exemplo, Ficha D no município de São Paulo, também chamado de Série Histórica de Informações de Saúde, nos permite a análise de uma série histórica mês a mês. Portanto, se ao acessar o sistema for solicitado o período, selecione de janeiro até o mês vigente. Os dados condensados nos permitem avaliar e monitorar as ações realizadas pela ESF no território. Mas é importante salientar que, se não houver visitação de todas as famílias, a informação obtida será parcial, uma vez que os dados são preenchidos no momento da VD do ACS; logo, se não atingir a meta de 100% de famílias visitadas, ficará a dúvida: será que essa equipe está fazendo prevenção adequada, uma vez que a falta de visitas pode resultar em agravos para essas famílias?

Outro fator importante é o confronto desse relatório com o Relatório de Cadastro Familiar, que nos permite verificar se os dados referidos na Ficha A conferem com a informação coletada nas VD. Caso isso não esteja ocorrendo, é importante a conversa em reunião de equipe. No Cadastro Família, por exemplo, constam cinco gestantes na microárea; já na informação do SSA, constam três cadastradas e três visitadas. Onde estarão as outras duas gestantes? Já nasceram os bebês? Mudaram-se? Você entende que a resposta a essas perguntas está no domínio da equipe, e não dos gestores regionais e centrais? Daí o motivo pelo qual o SIAB foi criado: para a ESF analisar seus dados, que geram informações, que conduzem a ações e, consequentemente, a mudanças na assistência às famílias cadastradas.

Assim como no relatório Cadastro de Famílias e Saúde, esse relatório pode ser obtido em frações, como mostra a figura a seguir.

Sequência para obter o relatório de Série Histórica de Informações – SIAB.

Relatórios > Série Histórica de Informações > Produção

Esse relatório gerado a partir do preenchimento das Fichas D do médico, do enfermeiro e do auxiliar de enfermagem, também chamado Série Histórica de Produção, nos permite, conforme citado anteriormente, a análise dos dados consolidados dessa ficha. É muito útil para o monitoramento do número de consultas por prioridades a partir do planejamento feito na equipe com base na informação do Cadastro Familiar. Por exemplo: o número de crianças menores de um ano no cadastro é de dez; portanto, o mínimo de consultas médicas no mês para essa faixa etária será de cinco crianças, já que pelo que é preconizado na ESF, o médico atende 50% dessas crianças, e o enfermeiro o restante. Outro exemplo: o número de pessoas com hipertensão na equipe é de 110; dividindo esse número por 11 (considerando que o profissional trabalhe 11 meses no ano), teremos no mínimo 10 consultas para essas pessoas no item Tipo de Atendimento, considerando o atendimento do médico e do enfermeiro.

Um fator importante para não comprometer as informações desse relatório é não "tipificar" o atendimento a clientes "fora da área de abrangência". Para que você entenda melhor, vou dar um exemplo: vamos supor que na sua equipe há dez gestantes e hipoteticamente todas estão no início da gestação. Portanto, receberão uma consulta apenas no mês, então no relatório de produção teremos dez consultas. Porém, se você estiver atendendo cinco gestantes de outra equipe e colocar o tipo de atendimento pré-natal para essas gestantes, o resultado serão 15 consultas no mês, ou seja, teremos a informação errada de que cinco gestantes foram atendidas mais de uma vez no mês.

Sequência para obter o relatório de Série Histórica de Produção – SIAB.

GIL – Gerenciamento de Informações Locais

É um sistema destinado a gestores que traz a proposta de informatização da rede ambulatorial do SUS, proporcionando meios para o gerenciamento dos processos de trabalho, agregando informações de morbidade da população, permite o monitoramento e planejamento contínuo do sistema, subsidiando o gestor na tomada de decisões (DATASUS, 2012). A página para acesso é: http://gil.datasus.gov.br/w3c/gil.php.

GIL (acessado em 7 de março de 2012).

Há necessidade para a operação deste sistema que se tenha acesso a bases de outros sistemas do DATASUS, por exemplo: CNES, CADSUS – Usuário, HIPERDIA. Portanto é de grande utilidade para gestores. Caso você queira conhecer a interface do Sistema, mas não é gestor e terá dificuldade de acesso a base de dados acesse o link: http://gil.datasus.gov.br/w3c/gil_download_usuario.php , onde está disponível toda a documentação do GIL, incluindo manual de instalação, apresentação do sistema e muitas outras dúvidas poderão ser esclarecidas. Algumas das funcionalidades deste Sistema de Informação:

Sala de Situação de Saúde

A Sala de Situação do MS teve sua criação por iniciativa do MS, onde em 1993 em Recife, através do escritório da UNICEF, foi criado um conjunto de sete painéis, que depois foi sendo aprimorado até o ano de 1997 , quando a RIPSA aprimorou e elevou de sete para treze painéis, agregando mais dez gráficos, sendo uma para cada painel numérico (DATASUS, 2012). A página para acesso é: http://www.datasus.gov.br/rnis/saladesituacao.htm.

Sala de Situação de Saúde (acessado em 7 de março de 2012).

A Sala de Situação está baseada em quatro tipos de atividade:

O funcionamento das planilhas que compõe a sala de situação depende da instalação no mesmo diretório onde estiver as bases dos outros sistemas (SIM, SINASC, SINAN, SI_PNI, SIAB, SAI/SUS, SIOPS e dados do IBGE). O preenchimento da planilha em relação aos dados orçamentários e demográficos pode ser feito a partir da pagina do DATASUS. Será necessário informar um login e senha do gestor municipal fornecido pelo DATASUS, em seguida o programa captura automaticamente, a partir da aba sala do gerente, os dados dos sistemas que estiverem instalados no computador.

Os usuários que não possuem acesso de gestão terão dificuldade para operar estas planilhas, uma vez que as mesmas foram feitas para gestão no município.

Especialização em Saúde da Família
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